sexta-feira, 7 de junho de 2013

O Conto - O Macaco de Rabo Cortado

O Macaco de Rabo Cortado

Era uma vez um macaco que, devido à sua cauda comprida, era sempre gozado pelos meninos e por isso não podia concretizar o seu sonho: ir à escola.
Um dia, pediu ao barbeiro para lhe cortar o rabo com uma navalha.
Quando voltou à escola, os meninos continuaram a gozar com o macaco, chamando-lhe "o macaco de rabo cortado".
Zangado, o macaco voltou à barbearia para ter o seu rabo de volta mas, infelizmente o rabo já estava no lixo. Então, o macaco roubou a navalha e fugiu.
Na rua, passou por uma varina. Esta, ao vê-lo com uma navalha na mão, pediu-a. O macaco, achando que a navalha não lhe servia para nada, entregou-a.
Mais tarde, com a fome a apertar, precisou da navalha para a poder descascar. Foi ter novamente com a varina para lhe pedir a navalha de volta. Ao ver a navalha partida, roubou numa canastra das sardinhas e fugiu.
Na rua, passou por um padeiro. Este, ao vê-lo com uma canastra de sardinhas na mão, pediu-as. O macaco, como não queria andar com as sardinhas, entregou-as.
Mais tarde, com a fome a apertar, pensou nas sardinhas. Foi ter novamente com padeiro para lhe pedir as sardinhas. Ao ver as sardinhas comidas pelo padeiro e a sua família, roubou um saco de farinha e fugiu.
Na rua, passou por uma professora. Esta, ao vê-lo com um saco de farinha na mão, pediu-o. O macaco, como não sabia o que fazer com a farinha, entregou-a.
Mais tarde, com a fome a apertar, pensou nos bolinhos que a professora ia fazer. Foi ter novamente com a professora para lhe pedir bolinhos. Ao ver que todos os bolinhos comidos, roubou uma aluna e fugiu.
Na rua, a menina começou a chorar. Com pena, o macaco, entregou-a á mãe.
Mais tarde, ao ver a casa toda desarrumada, pensou na menina. Foi ter novamente com a mãe da menina para a levar. Como a mãe o renegou, o macaco roubou uma camisa do marido e fugiu.
Na rua, passou por um músico com uma viola. Este, ao vê-lo com uma camisa na mão, pediu-a pois tinha frio. O macaco, pensando no frio que o músico tinha, entregou-a.
Mais tarde, com o frio a apertar, pensou na camisa. Foi ter novamente com o músico para lhe pedir a camisa. Ao ver que a camisa estava rota, roubou a viola e fugiu.

Então , o macaco subiu para cima de uma casa e pôs-se a cantar:
"Do rabo fiz navalha,
da navalha fiz sardinha,
da sardinha fiz farinha,
da farinha fiz menina,
da menina fiz camisa,
da camisa fiz viola,
e agora vou para Angola".

Poema rescrito por:
Beatriz Gouveia Arzeni

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